Conhecido como importante fornecedor de alimentos, o Brasil tem muitas oportunidades para expandir os negócios com a Rússia em outros segmentos, mas precisa fortalecer sua marca para isso. A avaliação é do presidente do Sistema Federação das Indústrias (FIESC), Alcantaro Corrêa, que representa a Confederação Nacional da Indústria (CNI) na missão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) ao Leste Europeu.
No último dia nove de junho, a FIESC participou em Moscou do seminário Como Fazer Negócios com a Rússia, que contou com a participação do embaixador do Brasil em Moscou, Carlos Antônio da Rocha Paranhos. Olecia Shevchenko, diretora da empresa Fórum Development, especializada em pesquisa de mercado e desenvolvimento de negócios, mostrou forte demanda para abastecimento de produtos têxteis, azulejos cerâmicos e móveis, entre outros.
O setor imobiliário está entre os que mais chamaram a atenção dos brasileiros. “A Rússia cresce cerca de 7,5% ao ano e o segmento da construção é um dos destaques. As importações de cerâmica, por exemplo, são feitas da Itália ou da Espanha, mas nós temos como atender. No segmento de móveis, só a empresa européia IKEA possui 17 centros de distribuição na Rússia. Mas para diversificar nossos negócios precisamos fortalecer nossa marca”, disse Corrêa.
A programação do dia também incluiu encontro com empresários russos de diversos setores e visita ao Ministério de Finanças, onde o grupo foi recepcionado pelo diretor do departamento de relações internacionais, Konstantin Vyshkovskiy. Os brasileiros ainda foram recepcionados na embaixada brasileira em Moscou.
O Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) também estabeleceu uma série de contatos com relação às dificuldades enfrentadas pela carne suína para ingressar no mercado russo.
As exportações catarinenses para a Rússia estão em um momento de recuperação. De janeiro a maio deste ano, as vendas somaram US$ 106,4 milhões, 49,3% a mais que no mesmo período de 2007. Depois de um forte crescimento entre 2003 e 2005, período em que os embarques passaram de US$ 158 milhões para US$ 541 milhões, de 2006 em diante as vendas despencaram, caindo para US$ 190 milhões no ano passado. Mesmo com a redução, a Rússia é o 8º maior destino dos produtos catarinenses no exterior.
O principal motivo para a queda foi o embargo russo à carne suína catarinense. As exportações de suínos chegaram em 2005 a US$ 386,2 milhões, 71,4% do total vendido por SC para a Rússia naquele ano, e diminuíram para US$ 29 milhões em 2007. Também se destacam nas vendas catarinenses aos russos as carnes e derivados de frango e o fumo.
Já importações por empresas catarinenses de produtos russos estão em expansão, mas ainda são relativamente pequenas. No ano passado elas aumentaram 38,3% sobre 2006, mas somaram apenas US$ 47 milhões, colocando a Rússia como 20º fornecedor externo do estado. Na pauta se destacam produtos químicos, como uréia com nitrogênio, diidrogeno-ortofosfato de amônio e adubos e fertilizantes com nitrato e fosfato, e borracha em chapas.
Na terça-feira (10) os representantes da FIESC separaram-se da comitiva brasileira e seguiram para a Polônia. Além da realização de visitas técnicas, na quarta-feira (11) a direção da FIESC esteve na Embaixada do Brasil e na Câmara de Comércio e Indústria de Varsóvia e realizou visita ao Centro de Negócios da Agência de Promoção de Investimentos e Exportações (Apex-Brasil) em Varsóvia.
Fonte: Revista Fator Brasil