O balanço das exportações do último ano, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), comprovaram as expectativas de perda que o Sindmóveis projetava para o polo moveleiro de Bento Gonçalves. Os US$ 48,8 milhões exportados pela indústria de móveis do polo em 2014 representam queda de 13,4% em relação ao ano anterior.
Essa é a maior retração das exportações desde o ano de 2009, pico da última crise internacional, quando o valor havia caído 35%. O desempenho negativo ocorreu em 33 dos 57 países que receberam os móveis do polo, quando comparados os anos de 2013 e 2014. A queda no Brasil nesse mesmo tipo de comparação foi de 2,7% e o Rio Grande do Sul, por outro lado, teve saldo positivo de 2,4%.
De forma geral, a queda ocorreu em virtude da perda de competitividade da indústria brasileira, ocorrida principalmente pelos altos custos de produção. O polo também sofreu os efeitos da alta carga tributária e do excesso de burocracia, somados aos problemas de infraestrutura. Além disso, segundo o presidente do Sindmóveis, Henrique Tecchio, parte da diferença de desempenho entre o estado, o país e o polo pode ser explicada pelo fato de Bento Gonçalves não ter atuação expressiva em dois dos principais mercados para o país e para o Rio Grande do Sul em 2014: Estados Unidos e Reino Unido.
Em ordem de importância para as exportações de Bento Gonçalves, os mercados que mais contribuíram para essa queda disseminada foram Colômbia (-14,7%), Peru (-25,8%), Chile (-22,5%), Cuba (-35,6%), Argentina (-58,7%) e Venezuela (-51,8%). Pelo lado positivo, destacam-se aumentos dos móveis exportados em países africanos como Angola, Argélia e Zâmbia, na América Latina como Panamá e México, e no Oriente Médio para Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O polo é formado pelos municípios de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Santa Tereza.