Exportações caem 7,5% no polo moveleiro de Bento Gonçalves

27/01/2014
Desempenho em 2013 foi afetado pela queda nos principais destinos da América do Sul e África
 
Com desempenho negativo em seis de seus 10 principais destinos no mercado externo, o polo moveleiro de Bento Gonçalves contabilizou queda de 7,5% nas exportações em 2013, num total de US$ 58,3 milhões. Além da perda de competitividade da indústria brasileira em geral, são apontados como causas dessa perda os custos logísticos e trabalhistas, com reajustes salariais sempre acima da inflação, sendo que o crescimento do setor não vem acompanhando tais elevações.
Nos países da América do Sul e África, que representam 80% do total das exportações, foi contabilizado decréscimo na maioria dos países. Na América do Sul, as exportações caíram de forma mais expressiva em três dos quatro países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Venezuela), além de Colômbia e Chile. Na África, as principais perdas foram na África do Sul, Angola e Moçambique, contrastando com o crescimento na Namíbia. Outros países que registraram desempenho positivo foram Peru, Cuba, Reino Unido, Porto Rico e Catar.
O presidente do Sindmóveis, Henrique Tecchio, aponta que o câmbio favorável para as exportações não foi suficiente para compensar a competitividade com outros polos, o salto das importações de móveis e o aumento dos custos com impostos, logística e mão de obra. “Os números são desfavoráveis e o resultado não ocorreu, mesmo com o forte investimento por parte dos empresários. Isto torna necessária uma maior redução dos custos industriais de fabricação e, lamentavelmente, demissões podem ser necessárias”, analisa.
Reagindo às dificuldades verificadas ainda no primeiro semestre, o Sindmóveis ampliou as ações do seu Comitê Internacional em busca de novos destinos para os móveis do polo. Além de estudos de mercado, o grupo promoveu, em novembro passado, um Projeto Comprador voltado especificamente para as indústrias associadas com importadores do norte da África. 
Em movimento oposto ao verificado no polo, as exportações de móveis do estado cresceram 2,6% no ano. Parte dessa diferença deve-se ao aumento das exportações do Rio Grande do Sul para países como Chile e Uruguai e Paraguai, mercados onde Bento Gonçalves registrou queda. Já as exportações de móveis do Brasil encerraram o ano de 2013 com queda de 2,8% em relação a 2012. Apesar da retração, o país ainda teve desempenho melhor que o polo, graças ao aumento das vendas no mercado dos Estados Unidos, país onde as indústrias locais não atuam.
Somente em 2013, as importações de móveis pelo Brasil cresceram 13,3% ante 2012. Passando de US$ 430 milhões em 2008 para US$ 837,2 milhões em 2013, o crescimento em cinco anos chega a 94,7%. A China representa aproximadamente 33% do total importado pelo Brasil.