O faturamento da indústria moveleira de Bento Gonçalves atingiu R$ 559,4 milhões no primeiro trimestre de 2015, com queda verificada de 2,9% em relação ao ano anterior em termos nominais. O número de postos de trabalho também vem se retraindo, com saldo negativo de 62 empregos no período. Esse desempenho é uma continuidade da queda de 2,1% ocorrida no ano passado, quando as indústrias moveleiras de Bento Gonçalves fecharam 667 vagas de trabalho.
De acordo com o Sindmóveis, a queda generalizada desses indicadores é compatível com a ampla desaceleração da economia brasileira e a severa crise da indústria. De acordo com dados do IBGE, no primeiro trimestre de 2015 a produção física da indústria de transformação caiu 7,9% em comparação ao primeiro trimestre de 2014. Na atividade de fabricação de móveis, a queda foi de 6,4% nessa comparação.
Conforme o presidente da entidade, Henrique Tecchio, de forma geral o mercado está retraído e as empresas estão fazendo um esforço acima do normal para fechar o ano sem perdas. “Os fatores que influenciam o baixo desempenho não são apenas mercadológicos. Nossas indústrias possuem a melhor tecnologia do mundo e o know-how na fabricação de móveis. O que necessitamos é cada vez mais investimentos em qualificação, visando que nosso modelo de negócio migre de produto para serviços”, defende.
Embora negativo, o desempenho ocorre em um quadro de dificuldades generalizadas, acentuadas pela baixa atividade econômica, incertezas no âmbito político e econômico, alta de juros e inflação acelerada. O Sindmóveis prevê que a indústria de móveis encerre o ano pela segunda vez consecutiva com queda de faturamento e empregos.