Missão comercial à África, liderada pelo MDIC e Apex-Brasil, conclui ações com expectativa de US$ 122 milhões em negócios

06/12/2011

• Comitiva de 53 empresas liderada por MDIC e Apex-Brasil participou de 1.154 encontros de negócios e reuniões externas em Moçambique, Angola e África do Sul
• Em Angola, empresários brasileiros participaram do Brasil Casa Design, evento de promoção de imagem do setor de casa e construção civil
 
A Missão Comercial a Moçambique, Angola e África do Sul, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), concluiu as atividades nesta quarta-feira (30), com a realização de visitas técnicas de empresários brasileiros a potenciais compradores e distribuidores em Joanesburgo (África do Sul). No total, as 53 empresas brasileiras que estiveram nos três países participaram de 1.154 encontros com empresários locais. A estimativa é de que sejam gerados negócios de US$ 122 milhões nos próximos 12 meses, distribuídos da seguinte forma: US$ 19 milhões em Moçambique, US$ 51 milhões em Angola e US$ 52 milhões na África do Sul.
 
A comitiva brasileira foi liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e pelo presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges.
 
As empresas que participaram da Missão eram, em sua maioria, dos setores de casa e construção civil, máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas e agronegócios, além de comerciais exportadoras e tradings.
 
Além dos empresários que participaram das rodadas de negócios, integraram a comitiva outras 20 empresas convidadas, entre elas grandes construtoras, e instituições governamentais.
 
África do Sul
 
Na abertura das atividades da Missão, em Joanesburgo, o presidente da Apex-Brasil destacou a longevidade da relação entre Brasil e África do Sul. “Nos últimos anos, a Agência organizou uma série de ações na África do Sul. Essas iniciativas foram fundamentais para estreitar as relações comerciais, e a tendência é que esse esforço se reflita no aumento das exportações brasileiras de produtos e serviços”, disse Mauricio Borges.
 
O embaixador do Brasil na África do Sul, Pedro Carneiro de Mendonça, apontou o papel social que o incremento do comércio entre brasileiros e sul-africanos pode ter no desenvolvimento do país africano. “A promoção do comércio entre os dois países permite ao Brasil ter uma importante atuação na criação de empregos na África do Sul”, afirmou Mendonça. “Transferir capacitação e gerar empregos é uma forma de estabelecermos uma parceria diferente, aproximando mais os dois países”, reforçou o assessor internacional do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Peter Stossel, que representou o ministro Fernando Pimentel nessa etapa da Missão.
 
O chefe operacional do Departamento de Comércio e Indústria da África do Sul, Riaan Le Roux, apontou a importância do papel que Brasil e África do Sul desempenharão nos próximos anos na economia mundial. “Temos de ser cada vez mais grandes parceiros econômicos, prestando atenção sempre no desenvolvimento tecnológico e na inovação. É preciso estarmos atentos ao cenário global dos próximos 10 a 15 anos, pois o mundo vai mudar muito, e a cooperação entre países do hemisfério sul é o caminho inevitável para o crescimento das sociedades brasileira e sul-africana”, ressaltou Le Roux.
 
Negócios na África do Sul
 
Na África do Sul, além das rodadas de negócios com compradores locais, os empresários brasileiros tiveram a oportunidade de se encontrar com compradores de Botsuana, Namíbia, Quênia, Tanzânia e Zâmbia. Nesta quarta-feira (30), participaram de visitas técnicas a distribuidores e potenciais compradores sul-africanos.Além dos negócios projetados para os próximos 12 meses, os encontros em Joanesburgo geraram vendas imediatas para algumas empresas. A Ruette Spices, que atua na exportação de especiarias, fechou três contratos no valor total de US$ 700 mil para comercializar pimenta-do-reino para a África do Sul. “Já vendemos para a África do Sul há cinco anos e continuamos apostando que existe um grande potencial de mercado por aqui. A participação em uma missão oficial como esta da Apex-Brasil nos dá muito respaldo, porque o comprador local sente muito mais segurança para fazer a compra”, explica Cristina Guerreiro, gerente de exportação da Ruette Spices, empresa 100% exportadora e com sede em Campinas, São Paulo.
 
A gerente de exportação Cristina Wolowski, que representa a DMC (odontologia, estética, veterinária e medicina) e a Razek (artroscopia e cirurgias minimamente invasivas), afirma que as reuniões na África do Sul foram bastante produtivas e devem gerar negócios nos próximos meses. “Um de nossos compradores já agendou visita ao Brasil no começo de 2012 para fazer treinamento com nosso produto voltado para artroscopia e também para assinar o contrato de venda”, disse, destacando a importância de se investir na capacitação profissional para que mais mercados sejam abertos na África. Para Cristina, a participação em uma missão comercial faz com que as empresas locais já cheguem aos encontros interessadas nos produtos brasileiros. “As reuniões são mais objetivas e focadas”, conclui.
 
A abertura de novos mercados também foi outro ponto trabalhado pelas empresas nesta etapa da Missão. A Lorenzetti, fabricante de chuveiros, filtros, aquecedores de água, torneiras e acessórios para banho e cozinha, espera fechar contratos com compradores namíbios nos próximos meses. “Acreditamos que, na Namíbia, existe um potencial grande para uso de chuveiro, pois o inverno lá é frio. Também há oportunidades para vendermos filtros. Nessa etapa da Missão, fizemos alguns bons contatos”, afirmou Jun Edson Amori, trader da Lorenzetti.
 
A Sollus, que atua no segmento de implementos e máquinas agrícolas, espera que a participação na Missão permita à empresa realizar suas primeiras vendas para o continente africano. “O contato com os compradores foi o início do processo de venda, que envolve também a construção de relacionamento a partir de futuras visitas, em que poderemos expor os produtos. Estar em uma missão facilita os contatos, e as informações estratégicas levantadas pela Apex-Brasil nos auxiliam na tomada de decisão”, diz Julhano Santos, diretor técnico da Sollus.
 
Brasil Casa Design em Angola
 
Em Angola, como ação paralela à Missão Comercial, foi realizada, entre os dias 23 e 25 de novembro, a terceira edição do Brasil Casa Design, evento cujos objetivos foram estimular negócios entre empresários brasileiros e estrangeiros e trabalhar a percepção de formadores de opinião locais sobre a qualidade, a tecnologia e o design dos produtos brasileiros do setor de casa e construção civil. “A Apex-Brasil acredita que a realização de eventos cujo foco constante é a combinação de design inovador e produção sustentável, como é o caso do Brasil Casa Design, pode contribuir para reforçar a imagem do Brasil como país prolífico em criatividade e diversidade”, explica Mauricio Borges.
 
 
Borges acredita que a realização do Brasil Casa Design serviu como plataforma para as trocas de experiências entre formadores de opinião angolanos e brasileiros do setor de construção. “Dentre as estratégias brasileiras para o continente africano, no âmbito da cooperação e da realização de negócios, o Brasil Casa Design foi fundamental para estabelecer parcerias na concepção de projetos de arquitetura no mercado angolano, possibilitando a inserção de produtos e serviços brasileiros em Angola”, disse o presidente da Apex-Brasil.
 
Nas duas primeiras edições do Brasil Casa Design, realizadas em Buenos Aires e na Cidade do Panamá, foram gerados negócios da ordem de US$ 18 milhões. O Brasil Casa Design de Luanda contou com exposição de produtos, mostra fotográfica e uma galeria de projetos brasileiros que ganharam troféus no IF Design e Idea, dois dos mais importantes prêmios do design mundial.
 
Também foram realizadas reuniões com arquitetos, empreiteiras e empresas do setor de casa e construção civil de Angola organizadas pela Apex-Brasil e pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA). O presidente da entidade, Ronaldo Rezende, apresentou o seminário Built By Brazil. Na ocasião, foram realizados dois painéis de debates, que abordaram projetos de arquitetura desenvolvidos por brasileiros em Angola e trocas de experiências entre arquitetos dos dois países sobre habitação social.