Como porta-vozes do principal estado produtor de móveis do país, o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) e a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do RS (Movergs) vêm a público expressar seu repúdio à nova onda de reajustes dos fornecedores de chapas. Algumas das maiores empresas do segmento já comunicaram ao setor moveleiro repasses entre 8% e 15%, o que é absolutamente incoerente com o severo recesso enfrentado pelo segmento em todos os indicadores mensurados – faturamento, empregos, produção, exportações.
Somente no polo de Bento Gonçalves, as perdas chegam a 18% no faturamento em 2016 e o menor nível de empregos dos últimos 10 anos. As indústrias estão lutando contra a crise numa tentativa ferrenha de evitar mais demissões. Existe uma previsão de leve retomada das vendas ainda neste ano, mas ainda há um longo caminho de retração a ser enfrentado, que se tornará ainda mais penoso diante de notícias como essa vinda de nossos fornecedores.
A cadeia como um todo carece recuperar margens, mas fazê-lo de forma gradual e, principalmente, em um momento de crescimento e não de queda. É lamentável vermos esse tipo de movimento protecionista em um momento de tantos entraves. Movergs e Sindmóveis deixam suas equipes à disposição das empresas associadas para a busca de soluções e discussão sobre o cenário, mas, desde já, expressam sua indignação acerca desse abuso com a indústria moveleira.