Medida, anunciada no primeiro dia da Movelsul pelo ministro Guido Mantega, terá validade de três meses
A presidente do Sindmóveis, Cátia Scarton, comemorou o anúncio de redução no IPI para os móveis, que zera a alíquota de 5% cobrada de todo o setor. Segundo ela, o reflexo nos três meses de vigência da medida será um incremento de 15% nas vendas no polo moveleiro de Bento Gonçalves. A expectativa da diretoria da entidade é que a medida possa ser prorrogada, estendendo o incentivo ao consumo por mais tempo.
Entrevista: Cátia Scarton, presidente do Sindmóveis
Como estava o setor antes do anúncio do corte de IPI para os móveis? Havia sinais de estagnação?
Sim, o setor estava parado. Essa medida foi importante para reaquecer o mercado e equilibrar o consumo de todas as categorias de produtos. Os eletrodomésticos, por exemplo, já tinham sido beneficiados pela redução. Dessa forma, teremos um equilíbrio no consumo. Há ainda a questão da sazonalidade, ou seja, o período do primeiro semestre, em que as pessoas não costumam comprar móveis por terem outras prioridades no orçamento. Essa medida vai favorecer uma época de vendas baixas.
O Sindmóveis foi uma das entidades que trabalhou para que o IPI fosse cortado. Como foi esse trabalho?
Foram muitas discussões e negociações, mas o setor moveleiro conseguiu provar ao governo que a medida era necessária e que não haveria perda de receita. A arrecadação seria reduzida, mas todos os recursos acabam voltando em forma de geração de empregos e aumento no consumo.
A medida anunciada, de corte do IPI por três meses, será suficiente para impulsionar o setor?
Sem dúvida, o corte no IPI é positivo. O ideal, no entanto, seria que esse incentivo ao consumo se estabilizasse e se tornasse permanente. Mas sabemos que isso é difícil. Então, vamos continuar trabalhando para que o governo olhe com atenção para o setor. Reduzir o IPI é apenas uma das questões relativas ao mercado moveleiro, especialmente no Rio Grande do Sul. Temos muitas outras demandas.
Quais são as principais delas?
Temos uma lista extensa de reivindicações, pelas quais o Sindmóveis trabalha constantemente. Podemos citar como principais a desoneração da folha de pagamento, com a contribuição percentual baseada em faturamento e não na folha, e o financiamento de mobiliário pelo programa Minha Casa Minha Vida. Com isso, teríamos um grande impacto positivo em toda a cadeia moveleira, com mais consumo e mais competitividade.
Vendas devem crescer 15% com redução do IPI
28/03/2012